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Empreender valorizando a cultura negra: propósito, identidade e impacto social

Um grupo de nove mulheres negras em uma reunião de trabalho colaborativa e animada. Elas estão sentadas ao redor de uma grande mesa de madeira em um escritório com decoração criativa, que inclui quadros de arte de inspiração africana. Vários laptops e tigelas de lanches estão sobre a mesa. Uma mulher, usando uma jaqueta colorida, está em pé à cabeceira da mesa, sorrindo e liderando a discussão.

O empreendedorismo negro tem conquistado um espaço cada vez mais significativo no Brasil. Longe de ser apenas uma tendência de mercado, empreender valorizando a cultura negra aparece como um caminho fundamental para promover a representatividade, a valorização cultural e a construção de um ambiente empresarial inclusivo. Este movimento não só modifica o panorama econômico, mas também fortalece a identidade e gera um impacto social profundo e positivo.

O Impacto e a Força do Afroempreendedorismo no Brasil

Em um mercado que historicamente necessita diversidade, a atuação de empreendedoras e empreendedores negros é importantíssima, pois são eles que quebram barreiras e abrem portas para novas gerações. O afroempreendedorismo vai além do mundo dos negócios; ele está diretamente ligado à identidade. Ao valorizar a cultura negra, demonstra-se a possibilidade de prosperar mantendo o respeito às raízes e tradições ancestrais.

Com base em dados recentes do mercado, o afroempreendedorismo no Brasil movimenta cerca de R$ 2 trilhões.No último decênio (2013-2023), o contingente de Afroempreendedores aumentou 22%, uma taxa muito superior à dos microempreendimentos típicos. A partir de 2012 a 2023, o crescimento desse tipo foi 28% acumulando um total superior a 15.6 milhões de pessoas. Atualmente, os empreendedores negros representam 52% dos donos de negócios no país, firmando-se como a maioria.

Empreender valorizando a cultura negra quer dizer desenvolver e administrar negócios que ajudem efetivamente a sustentar a herança cultural do povo negro, a sua identidade e as vastas contribuições ao Brasil. Trata-se de uma das mais poderosas ferramentas no combate ao preconceito racial, ajudando a economia e a comunidade negra ao mesmo tempo.

Reflexos no Cotidiano e a Transformação Social

No dia a dia , esse movimento  manifesta-se no desenvolvimento de produtos culturalmente relevantes. É também viável ofertar redes de locais para apoio sistemático, apresentar profissionais negros ao público e apresentar formas preliminares de soluções para o protagonismo negro. Assim, o empreendedorismo negro é o motor da transformação social. Não apenas nos enche de autoestima, mas também enriquece o cenário cultural do Brasil e ativamente combate às desigualdades raciais que persistem para envenenar este país.

É essencial reconhecer, entretanto, os desafios que continuam a existir. a embora o crescimento e a visibilidade tenham trazido vantagens para os seus negócios, os empresários negros continuam a enfrentar obstáculos. Estes incluem, por exemplo, acesso insatisfatório a crédito e informalidade, problemas fundamentais que obstruem a expansão das iniciativas empresariais antes mencionadas. Em evento assistido pela BBC Brasil, um pesquisador declarou que o rendimento médio mensal dos empreendedores negros brasileiros é, em média, 34% inferior ao dos seus colegas brancos. Para as mulheres negras esta questão de disparidade salarial é ainda maior, o aumento atinge mesmo 44% em comparação com homens brancos (esta última cifra baseia-se em números reunidos do Ibope). Além disso, um estudo de 2009 do Sebrae em parceria com Ipea mostrou que quase metade dos empresários negros (48,6%) ainda não gera faturamento.

Como Apoiar o Empreendedorismo Negro

Diante desse cenário, a reflexão se impõe: quais ações concretas podem ser adotadas por marcas, empresas e consumidores para apoiar quem escolhe empreender valorizando a cultura negra? É imperativo ir além do discurso e investir em iniciativas que promovam equidade, visibilidade e acesso. Isso inclui:

  • Estimular parcerias com empreendedores negros.
  • Garantir espaço para seus produtos e narrativas nos grandes mercados.
  • incentivar eventos culturais e educacionais que celebrem a cultura negra.
  • Consumir de forma consciente, priorizando marcas que representem a diversidade brasileira.

Organizações como Feira Preta, Conta Black, PretaHub e Black Influence são exemplos notáveis que se dedicam ao fortalecimento econômico e cultural da população negra, demonstrando o potencial e a resiliência do afroempreendedorismo.

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